Ensino Técnico Online no Pernambuco

Apoio à transição para o mundo do trabalho – Ensino técnico e profissional

O ensino técnico é ofertado em Pernambuco de três maneiras: integrado com o ensino médio, subsequente e simultâneo. A modalidade integrada tem um currículo fundamentado em atividades acadêmicas e técnicas a partir do 1o ano do ensino médio. A carga horária acadêmica é semelhante à das escolas semi-integrais, e há uma complementação de disciplinas técnicas.

O ensino técnico simultâneo é uma modalidade oferecida pelo Estado de Pernambuco para estudantes do 2º e 3º ano do ensino médio, mas não diretamente oferecida pela secretaria de educação de Pernambuco, e é aberta aos estudantes das escolas regulares, semi integrais ou integrais do estado. Já o ensino técnico subsequente é aquele em que o currículo técnico é cursado em um 4º ano de aulas, subsequente ao 3º ano regular do ensino médio.

Pernambuco, Brasil
2012
Recursos públicos
16.928 estudantes
Estudos Prévios

Resumo da implementação

A modalidade foi implementada no Estado de Pernambuco em 2012 com 7.900 vagas. Em 2017 o Estado já oferecia 20.475 vagas. Ao todo são dez caminhos formativos que incluem as três principais áreas de formação: STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática), humanas e serviços gerais. Os estudantes que desejam cursar o Ensino Técnico devem realizar um teste de admissão.

As atividades específicas do curso técnico online requerem semanalmente 12 horas de atividades juntamente com três horas de atividades presenciais, em polos de apoio espalhados pelo estado. Os polos possuem monitores e laboratórios para reforçar o aprendizado online, garantindo também acesso à internet a quem não o tem em casa, além de assistência técnica e pedagógica.

Os polos funcionam, em sua maioria, em escolas integrais e semi-integrais do estado. Escolas técnicas estaduais também abrigam os polos. Os cursos podem ser realizados em ao menos 60 semanas ou 15 meses e podem ter carga horária de 800 a 1.200 horas. Para obter o certificado é necessário concluir o ensino médio e alcançar participação mínima de 75 por cento nas atividades. Os professores conduzem avaliações semanais e testes ao final de cada módulo.

Apesar de a modalidade online permitir a expansão mais rápida da oferta de cursos técnicos, garantir a permanência dos alunos no curso on line permanece um grande desafio. De acordo com os dados administrativos, 70 por cento dos alunos selecionados desistem do curso. Metade desiste antes de completar o 1o módulo, segundo entrevistas qualitativas. Os maiores motivos de desistência dos alunos são:

  • Encontrei um emprego: 31 por cento.
  • Comecei a cursar o ensino superior: 26 por cento.
  • Não gostei do polo de apoio: 12 por cento.
  • Não gostei de estudar pelo computador: 11 por cento.
  • Achei o curso muito complicado: 10 por cento.

Outras informações

Ano
2012
Localidade
Pernambuco, Brasil
Fonte financiamento

Recursos públicos.

Implementadores

Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco através da Secretaria Executiva de Educação Profissional.

Links e outras fontes

Ministério da Educação e da Pesquisa. Noruega:
https://www.regjeringen.no/en/dep/kd/id586/.

Estudos prévios

ELACQUA, G; NAVARRO-PALAU, P; PRADA, M. F; SOARES, S. “The impact of online technical education on schooling outcomes: Evidence from Brazil”, 2021. https://ibit.ly/pQA5.

Tamanho total da amostra

16.928 estudantes.

Metodologia dos estudos prévios

RDD (Regression Discontinuity — Descontinuidade de Regressão).

Efeitos

Apesar da baixa taxa de conclusão do curso técnico online, iniciar o curso pode alterar a motivação e as aspirações do aluno, com consequências sobre a taxa de evasão. A chance de evadir no 2o e 3o ano do ensino médio diminuiu 44 por cento (3.9 pontos percentuais contra uma média de 8,9 pontos percentuais no grupo de controle).

 

O efeito foi ainda maior para os alunos que estão em uma escola de tempo integral, para os quais a evasão caiu 56 por cento. Para a maioria desses alunos o polo de apoio ficava na mesma escola em que estudavam, o que sugere que a facilidade de acesso aos polos também possa explicar parte do efeito.