Combate à evasão no Ensino Médio

A Firjan SESI e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) apresentam modelos de projetos de combate à evasão escolar comprovadamente exitosos ou com alto potencial de impacto. A ideia é, partir das vivências aqui apresentadas, inspirar novas experiências e multiplicar iniciativas de combate ao abandono escolar no ensino médio no Brasil. O conteúdo do repositório revela as experiências e apresenta oportunidades capazes de fazer frente aos desafios existentes.

 

O projeto

Combate à Evasão no Ensino Médio – Desafios e Oportunidades

O projeto “Combate à Evasão no Ensino Médio – Desafios e Oportunidades” tem como objetivo identificar mecanismos causais da evasão escolar e identificar oportunidades para a redução do abandono e evasão escolar no ensino médio, com foco em experiências bem-sucedidas nacionais e internacionais de retenção do aluno. O projeto conta com uma equipe multidisciplinar de especialistas que permite a troca de diferentes olhares sobre o fenômeno da evasão.

A primeira fase do projeto consiste no diagnóstico da situação da evasão do ensino médio no Brasil no período pós-pandemia de COVID-19, na identificação de experiências exitosas e promissoras de combate à evasão e na elaboração de um site com um repositório de práticas, políticas e programas com potencial de reduzir a evasão.

Já a segunda fase do projeto consiste na elaboração de cinco cadernos temáticos que aprofundam os grandes temas de combate à evasão, diagnosticados durante a elaboração do repositório. Nessa fase, os achados do relatório diagnóstico, da pesquisa de elaboração do repositório e dos cadernos temáticos serão o tema de um seminário em Brasília, reunindo secretários e gestores de políticas educacionais do governo federal e dos governos estaduais.

Por fim, o projeto prevê, em sua última fase, a realização de uma viagem dos secretários estaduais e de autoridades do Ministério da Educação ao Chile, que logrou reduzir, substancialmente, a evasão escolar no ensino médio durante a segunda metade dos anos 1990 e a primeira década dos anos 2000. E hoje o país possui umas das menores taxas de evasão escolar do mundo. A missão será feita em parceira com a Universidad Diego Portales e inclui reuniões com acadêmicos, especialistas e os gestores educacionais que estavam no comando do Ministério da Educação do Chile na época da implementação das reformas que diminuíram as taxas de evasão escolar no ensino médio.

Clique aqui para download do estudo completo.

 

Categorias

Em análise à literatura sobre evasão a partir dos desafios contemporâneos do ensino médio do Brasil, sistematizamos cinco categorias que dialogam com os mecanismos que explicam o fenômeno da evasão e que são também, portanto, áreas potenciais de intervenção com políticas para sua mitigação.

 

Apoio às Aprendizagens

 

Incentivo ao retorno e à permanência do aluno

 

Apoio à transição para o mundo do trabalho

 

Propostas de ambientes de aprendizagem e inovação curricular

 

Apoio à gestão escolar e valorização da formação docente

 

ACESSAR REPOSITÓRIO


Saiba mais

O estudo da Firjan SESI e PNUD traça um amplo painel de dados sobre a evasão escolar no Brasil. O estudo mostrou que apenas 46% dos estudantes do quinto mais pobre conseguem concluir o ensino médio até os 24 anos, metade da taxa de conclusão dos estudantes do quinto mais rico. A evasão escolar é uma tragédia silenciosa que amplifica as desigualdades sociais no Brasil.


Graças à parceria entre a Firjan SESI e o PNUD, foi possível reunir um grande número de experiências nacionais e internacionais que tenham ou um impacto comprovado de redução da evasão escolar no ensino médio ou que, de acordo com o marco lógico da iniciativa, tenha potencial para ser efetiva. Neste trabalho, foram identificadas iniciativas que podem contribuir para o combate à evasão escolar, como apoio financeiro para pagamento de bolsas para manter ou atrair de volta à escola os estudantes de baixa renda, ambientes de aprendizagem inovadores e acolhedores que mantenham os jovens motivados; programas de auxílio psicológico aos alunos, programas de mediação de conflitos, programas de experiência de trabalho, ensino profissional, entre outros

 

Contexto

As aceleradas mudanças tecnológicas em curso geram pressões sobre todos os setores da vida social. Isso é especialmente verdadeiro em relação à educação, que se depara com o duplo desafio de promover o desenvolvimento humano, mas sem ignorar as transformações que precisam ocorrer nas suas relações com o mundo do trabalho. É papel da escola formar jovens capazes não apenas de compreender a realidade e atuar sobre ela, mas também de se inserir, produtivamente, no mundo do trabalho.

A produtividade da economia brasileira segue estagnada há décadas, em parte por fruto da qualificação da sua mão de obra que está aquém das necessidades da economia do século XXI. Não só o aprendizado dos jovens brasileiros é baixo, mas muitos nem sequer chegam a concluir a educação básica. Um dos principais problemas do ensino brasileiro, portanto, reside, justamente, na alta taxa de evasão de jovens no ensino médio.

 

Metodologia

O objetivo do repositório é oferecer um menu de ações, programas e projetos já implementados e que possuem eficácia para diminuir o abandono e a evasão escolar. Com o menu em mãos, os gestores poderão conhecer melhor essas práticas, o contexto em que foram implementadas e os contatos de implementadores, além de terem acesso a estudos que avaliaram tais práticas (quando disponíveis).

 

Obstáculos

Nesse contexto, elegemos cinco obstáculos fundamentais para explicar os aspectos mais relevantes das trajetórias truncadas ou mesmo interrompidas no ensino médio: distorção idade-série e repetência, baixo aprendizado, desigualdade escolar, falta de engajamento escolar, falta de orientação profissional na escola. Por último, o obstáculo conjuntural da pandemia de COVID-19

 

Causas da evasão escolar

A evasão escolar no Brasil é relativamente pequena nos anos iniciais do ensino fundamental, mas começa a aumentar na transição entre o 8º ano e o 9º ano, e, principalmente, na transição entre o 9º ano do ensino fundamental e no 1º ano do ensino médio. Entre 2007 e 2008, 10 por cento dos alunos evadiam ao fim do 9º ano, enquanto, em 2018, 6 por cento dos alunos ainda evadiam nessa etapa. É ao longo do ensino médio que observamos as maiores taxas de evasão.

Entre 2017 e 2018, 10 por cento dos estudantes evadiram no 1º ano do ensino médio, 9 por cento no 2º ano e 5 por cento no 3º ano. Tais números mostram que, apesar dos inúmeros avanços obtidos nos últimos 30 anos, as estatísticas educacionais do ensino médio brasileiro não são animadoras. A cada ano, 500 mil jovens maiores de 16 anos abandonam a escola no Brasil, e apenas metade dos jovens brasileiros terminam o ensino médio até os 18 anos. Entre os brasileiros nascidos em 1988, apenas 60 por cento terminaram o ensino médio até os 24 anos de idade.

 

Sumário executivo

Clique aqui para download do sumário executivo do projeto.